Mulheres evangélicas, política e cotidiano

Magali Cunha

Por Magali Cunha

  • 17 dez 2025
  • 3 min de leitura
Mulheres evangélicas, política e cotidiano
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Desde 2022, o ISER realiza, a cada ano, uma etapa da pesquisa “Mulheres evangélicas, política e cotidiano”. A investigação tem como objetivo produzir dados qualitativos que ofereçam novas perspectivas sobre mulheres evangélicas. É importante destacar que são as mulheres negras e pobres que compõem quase 60% deste segmento religioso. Portanto, mais do que compreender exclusivamente sua percepção sobre as eleições e voto, a pesquisa explorou percepções sobre política e cidadania articuladas à vida cotidiana.

A pesquisa tem sido conduzida pela coordenadora da área de Religião e Política do ISER Lívia Reis, juntamente com pesquisadoras convidadas de outras instituições – Jacqueline Moraes Teixeira (USP, 2022 e 2023) e Nina Rosas (UFMG, 2024). A equipe da investigação é também composta por pesquisadoras mulheres de diferentes áreas das ciências humanas e sociais também do ISER e de outras instituições. 

Nas três edições da pesquisa, 2022, 2023, 2024, tem sido aplicada a metodologia de tríades – entrevista mediada com grupo de três mulheres reunidas por mesclas de amostragem e mesma faixa etária, durante cerca de duas horas e meia. A equipe de pesquisadoras tem mediado as 15 tríades que reúnem 45 mulheres entre 16 e 65 anos, de todas as regiões do Brasil, de diferentes faixas etárias, cores e classes sociais. As entrevistadas pertencem às classes C e D e não se relacionam entre si.

Sobre o pertencimento denominacional, são entrevistadas mulheres das igrejas evangélicas históricas, das renovadas e das diversas vertentes do ramo pentecostal. O roteiro semiestruturado com dezenas de questões contempla os seguintes núcleos temáticos: 1) Narrativa de si e pertencimento religioso/político; 2) Perfil eleitoral; 3) Narrativa nacional; 4) Família e 5) Mídias sociais. 

Nas palavras da Coordenadora Acadêmica do ISER, Regina Novaes, “a pesquisa sobre ‘mulheres evangélicas’ suscitou muita reflexão, levantou hipóteses e deixou um conjunto de novas pistas. Por isso mesmo, e não por acaso, após a primeira rodada de 2022, o ISER realizou a mesma pesquisa nos anos de 2023 e 2024. Sendo assim, vale consultar também os demais relatórios já disponibilizados. Comparar os resultados dos diferentes anos é uma tarefa urgente – que já está sendo desenvolvida no interior da área Religião e Poder, do ISER – mas que também pode ser levada adiante por quem se interessa pelo tema e se propõe a ampliar a interlocução e enriquecer o debate”.   

O relatório da edição de 2025 da pesquisa, sob a coordenação de Lívia Reis e Nina Rosas, será publicado neste espaço nos primeiros meses de 2026.

Acesse aqui os relatórios:

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